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Devoção e proteção: fé e cura
Por Cibele de Moraes, jornalista.
O burburinho no Centro Cultural na noite do 18 de março, indicava abertura de exposição. Era, porém, um murmurar quase respeitoso, explicado por um rápido olhar pelas janelas do casarão, que deixavam entrever imponentes imagens de santos, oratórios suntuosos e pequenos banners decorados à moda dos estandartes da Folia de Reis. Quem entrasse, se veria transportado para uma original combinação de realidades artísticas, das mais típicas de São João del-Rei: livros, devoção e música.
Era, de fato, uma exposição, preparada liturgicamente para a celebração da Semana Santa que se aproxima. Meu santo protetor fica em cartaz até o dia 11 de abril, podendo ser visitada das 8h às 20h. Com curadoria da professora Zandra Miranda e do artista plástico Carlos Calsavara, aluno do curso de Artes Aplicadas, a exposição nasceu, nas palavras da curadora, de “um encontro feliz de vontades.”
Uma série de 25 ilustrações, em formato digital, dos santos historicamente mais invocados para cura ou proteção de determinadas doenças é produzida na vizinha Barbacena (MG) pelo desenhista Edson Brandão para o lançamento do novo livro do dermatologista Geraldo Barroso, estudioso da história da Medicina. Ele foi o responsável pela exumação dos restos mortais do Aleijadinho, quando se comprovou que, além da lepra, o iminente artista barroco sofria também de porfiria.
O título do livro é o mesmo da exposição, trazida para o Centro Cultural por sugestão do ilustrador, profundo conhecedor das riquezas culturais da Cidade dos Sinos. A idéia de expor imagens e objetos sacros confeccionados pelos santeiros de São João ao lado de estandartes ilustrados digitalmente, veio enriquecer o devocionário da cidade que é puro fervor nos ritos de celebração de uma Semana Santa das mais tradicionais do país. O livro traz ainda orações em forma de redondilhas a serem recitadas pelos devotos nas horas de maior aflição.
A presença do Dr. Geraldo Barroso, numa noite de autógrafos das mais marcantes de sua vida, aproximou razão e emoção: “Minha sensação de estar nesta cidade de tanta riqueza artística, de tanta riqueza cultural, de tanta riqueza histórica é de puro orgulho.”
Expositores
A mostra reúne trabalhos de grandes santeiros são-joanenses: Irmãos Silva, Miguel Ávila, Daniel Lopes, Rogério Rocha, Paulo Roberto, Carlos Calsavara, Ronaldo Nascimento, Edmilson Carvalho e Fernando Pedercini. Cada um com uma história original, de formação na fé, que vai do aprendizado autodidata a cursos no exterior.
Caso do escultor Fernando Pedercini, também aluno de Artes Aplicadas, que se especializou na Espanha na confecção de imagens de roca, como a majestosa Nossa Senhora das Dores que se vê no pórtico de entrada do Centro Cultural, vestida com o pálio antigo da Irmandade do Carmo, que foi doado a seu ex-coroinha. E quem for a Brasília, quando visitar a Catedral, farte os olhos com o Cristo em madeira lá exposto, de autoria de Miguel Ávila.
Depois do deslumbre com a imaginária devocional, o visitante se depara com as ilustrações digitalizadas de Edson Brandão, que promovem uma releitura moderna e bem-humorada dos poderes atribuídos aos santos listados no livro do Dr. Geraldo Barroso. Com base na experiência de quem se formou na escola do cartum difundida pelo Pasquim, onde chegou a trabalhar em fins da década de 80, Brandão nos brinda com uma Santa Clara assistindo à TV e um São Bernardo coroado com a estrela vermelha, numa alusão ao célebre reduto petista do ABC paulista, entre outras finas ironias. “Há uma liberdade em se agregar elementos contemporâneos à invocação mais conhecida de alguns santos, mantida, porém, a reverência. Não por acaso, em todas as ilustrações está impresso o ora pro nobis”, destaca o artista.
Por Cibele de Moraes, jornalista.
O burburinho no Centro Cultural na noite do 18 de março, indicava abertura de exposição. Era, porém, um murmurar quase respeitoso, explicado por um rápido olhar pelas janelas do casarão, que deixavam entrever imponentes imagens de santos, oratórios suntuosos e pequenos banners decorados à moda dos estandartes da Folia de Reis. Quem entrasse, se veria transportado para uma original combinação de realidades artísticas, das mais típicas de São João del-Rei: livros, devoção e música.
Era, de fato, uma exposição, preparada liturgicamente para a celebração da Semana Santa que se aproxima. Meu santo protetor fica em cartaz até o dia 11 de abril, podendo ser visitada das 8h às 20h. Com curadoria da professora Zandra Miranda e do artista plástico Carlos Calsavara, aluno do curso de Artes Aplicadas, a exposição nasceu, nas palavras da curadora, de “um encontro feliz de vontades.”
Uma série de 25 ilustrações, em formato digital, dos santos historicamente mais invocados para cura ou proteção de determinadas doenças é produzida na vizinha Barbacena (MG) pelo desenhista Edson Brandão para o lançamento do novo livro do dermatologista Geraldo Barroso, estudioso da história da Medicina. Ele foi o responsável pela exumação dos restos mortais do Aleijadinho, quando se comprovou que, além da lepra, o iminente artista barroco sofria também de porfiria.
O título do livro é o mesmo da exposição, trazida para o Centro Cultural por sugestão do ilustrador, profundo conhecedor das riquezas culturais da Cidade dos Sinos. A idéia de expor imagens e objetos sacros confeccionados pelos santeiros de São João ao lado de estandartes ilustrados digitalmente, veio enriquecer o devocionário da cidade que é puro fervor nos ritos de celebração de uma Semana Santa das mais tradicionais do país. O livro traz ainda orações em forma de redondilhas a serem recitadas pelos devotos nas horas de maior aflição.
A presença do Dr. Geraldo Barroso, numa noite de autógrafos das mais marcantes de sua vida, aproximou razão e emoção: “Minha sensação de estar nesta cidade de tanta riqueza artística, de tanta riqueza cultural, de tanta riqueza histórica é de puro orgulho.”
Expositores
A mostra reúne trabalhos de grandes santeiros são-joanenses: Irmãos Silva, Miguel Ávila, Daniel Lopes, Rogério Rocha, Paulo Roberto, Carlos Calsavara, Ronaldo Nascimento, Edmilson Carvalho e Fernando Pedercini. Cada um com uma história original, de formação na fé, que vai do aprendizado autodidata a cursos no exterior.
Caso do escultor Fernando Pedercini, também aluno de Artes Aplicadas, que se especializou na Espanha na confecção de imagens de roca, como a majestosa Nossa Senhora das Dores que se vê no pórtico de entrada do Centro Cultural, vestida com o pálio antigo da Irmandade do Carmo, que foi doado a seu ex-coroinha. E quem for a Brasília, quando visitar a Catedral, farte os olhos com o Cristo em madeira lá exposto, de autoria de Miguel Ávila.
Depois do deslumbre com a imaginária devocional, o visitante se depara com as ilustrações digitalizadas de Edson Brandão, que promovem uma releitura moderna e bem-humorada dos poderes atribuídos aos santos listados no livro do Dr. Geraldo Barroso. Com base na experiência de quem se formou na escola do cartum difundida pelo Pasquim, onde chegou a trabalhar em fins da década de 80, Brandão nos brinda com uma Santa Clara assistindo à TV e um São Bernardo coroado com a estrela vermelha, numa alusão ao célebre reduto petista do ABC paulista, entre outras finas ironias. “Há uma liberdade em se agregar elementos contemporâneos à invocação mais conhecida de alguns santos, mantida, porém, a reverência. Não por acaso, em todas as ilustrações está impresso o ora pro nobis”, destaca o artista.
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